CONFERÊNCIA EPISCOPAL CONTESTA PROJECTO DO GOVERNO…

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa veio hoje contestar o projecto de regulamentação das capelanias hospitalares entretanto elaborado pelo Governo, qualificando-o de “inconcebível” e “inaceitável”, por “não atender aos direitos do doente…” Tanto quanto se sabe, entre outras questões que também suscitam, os bispos da Igreja Católica Romana Portuguesa estão particularmente incomodados com o facto de nele se prever que a assistência religiosa/espiritual a prestar a pessoas internadas nos estabelecimentos publicos de saude fique dependente de soliciação, oportuna e livremente formulada pelos interessados.

ver notícia: Agência Ecclesia | doc/R&L (pdf)

A Igreja Católica Romana Portuguesa, decididamente (mal) habituada aos privilégios de que tem vindo a gozar nos hospitais publicos – onde, concretamente, mantém capelães pagos pelo Estado como se fossem prestadores de serviços equiparáveis aos dos médicos, enfermeiros, etc.! – pretende, afinal, manter inteira a liberdade de poder assediar doentes com práticas proselitistas, aproveitando-se do facto de, frequentemente, em situação de internamento, eles se encontrarem especialmente fragilizados.

Desse modo a ICAR quer confundir o direito de os doentes poderem, livremente, por iniciativa própria, solicitar (ou não) assistência religiosa/espiritual – direito esse que lhes está constitucionalmente garantido – com o direito de os seus agentes se poderem insinuar junto de quem lhes pareça estar permeável às suas investidas – direito esse que lhes está constitucionalmente vedado.

A associação cívica Republica e Laicidade já tomou, oportunamente, posição sobre esta matéria em carta que endereçou ao Sr. Ministro da Saude.

ver: Carta ao Ministro da Saude | doc/R&L (pdf)