A LAICIDADE NA ORDEM DO DIA

A Associação R&L distribuíu hoje a seguinte mensagem:

Amigos,

Espantosamente, seis meses depois de a associação República e Laicidade (R&L) ter levantado o problema da existência de crucifixos e da realização de cerimónias religiosas em muitas das nossas instalações escolares públicas [envio ao Ministério da Educação do dossier «Laicidade e Escola Pública»], a notícia de que a Ministra da Educação tinha dado instruções a algumas Direcções Regionais do seu Ministério para que fizessem cumprir a Lei levantou uma onda de reacções (de protesto e de apoio) tal que acabou por tranformar aquela facto no «caso da semana» do país.

Na associação R&L estamos a organizar uma compilação dos textos mais relevantes que, a propósito daquela determinação, foram entretanto publicados; compilação essa que, em devido tempo, divulgaremos, juntamente com uma nossa reflexão sobre o assunto.

Para já, de toda esta movimentação, creio que se pode retirar a conclusão de que a questão da «Laicidade» está claramente a entrar no campo das preocupações dos portugueses que, de modo bastante generalizado, estão a tomar consciência da conveniência que existe em caminharmos, colectivamente, no sentido da construção de uma sociedade mais livre, mais aberta e inclusiva, onde todos possamos ter lugar, apesar da diversidade que desejavelmente também queremos manter entre nós.

Na verdade, por boas e por más razões, o «Laicismo» e a «Laicidade» estão na ordem do dia em muitos outros países e situações de que aqui vos remeto dois exemplos: o caso de um juiz – Luigi Tosti – recentemente condenado em Itália e a recente «revisão» do símbolo que identifica a Cruz Vermelha Internacional.

Ainda a propósito desta questão – e porque se assinala, hoje, o aniversário da sua morte – cabe bem recordar aqui John Lennon«Imagine», o seu hino «laicista» à paz e à concórdia entre os homens:

Imagine there’s no heaven…

It’s easy if you try.

No hell below us,

above us only sky…

Imagine all the people

living for today…

Imagine there’s no countries…

It isn’t hard to do.

Nothing to kill or die for,

and no religion too…

Imagine all the people

living life in peace…

Imagine no possessions…

I wonder if you can.

No need for greed or hunger,

a brotherhood of man…

Imagine all the people

sharing all the world…

You may say that I’m a dreamer,

but I’m not the only one.

I hope some day you’ll join us,

and the world will live as one.

 
Deixo, ainda, como de costume,
as minhas saudaçóes republicanas e laicistas.
 
Luis Mateus