No Brasil, está a nascer uma organização de organizações que, tal como a R&L, quer ver retirados os sÃmbolos religiosos dos edifÃcios publicos.
Trata-se da ONG:
Deixamos aqui transcrito o seu manifesto fundador:
BRASIL PARA TODOS é uma iniciativa de democratização dos espaços e dos serviços publicos brasileiros. Nosso objetivo é colaborar com o cumprimento da Constituição, promovendo alguns princÃpios básicos da republica.
Segundo o preâmbulo da Lei Maior brasileira, entre os preceitos que o estado democrático deve assegurar estão a igualdade e a justiça, “como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social“.
Para construir essa sociedade é preciso superar obstáculos que não se vencem rapidamente nem por mera força de vontade. E enquanto nos esforçamos por esse futuro melhor, não devemos deixar para trás as ações que podem contribuir hoje mesmo com os ideais que norteiam esse futuro. Nossa sociedade ainda é muito desigual e muito injusta, mas todo cidadão preocupado com aqueles ideais pode fazê-la um pouco menos desigual.
Sabemos que grande parte das repartições publicas brasileiras reserva um local de destaque para sÃmbolos religiosos que não têm como traduzir e respeitar as diferentes posições de todos os brasileiros. Há quem ache que esse é um problema pequeno, ou que sequer é um problema, mas isso não é verdade. Igualdade tem que ser pra valer. Repartições publicas devem poder empregar e atender brasileiros de todos os credos, e nas mesmas condições. O Brasil é para Todos. Mas o sÃmbolo religioso diz o contrário.
Independentemente do sÃmbolo que esteja presente na repartição, milhões de cidadãos não serão representados por ele. Assim, estarão excluÃdos do seu particularexercício religioso (ou arreligioso) no que diz respeito à quela repartição.
Se existe sÃmbolo da religião de uns, mas não da religião de outros, nem da ausência de religião, então não há igualdade. Uma sociedade fraterna deve reconhecer que os indivÃduos têm os mesmos direitos independentemente de serem minoria ou maioria. Uma sociedade de um unico sÃmbolo religioso não é pluralista pois não reconhece nem respeita as diferenças entre seus cidadãos .
Manter um sÃmbolo unico, qualquer que seja, é promover o preconceito e a discriminação contra todos os que não se vêem representados, e impede harmonia social. Alguns cidadãos cujos direitos foram tolhidos podem até alegar que não se importam com isso, mas ignorar a desigualdade não é a maneira certa de erradicá-la. Precisamos identificá-la e combatê-la onde quer que apareça. Promover esses bons princÃpios é uma questão básica de cidadania. Pedir igualdade não é ofensa. Ofensa é dizer que a igualdade não importa.
Além de atentar contra a justiça, a presença dos sÃmbolos religiosos em repartições publicas viola um dos princÃpios básicos das democracias modernas, que é o da separação entre Igreja e Estado. A Constituição estabelece que “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos MunicÃpios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse publico.â€? [da Constituição]. Desprezar esse pilar do estado democrático não preserva a liberdade religiosa, mas a viola.
Não há duvida de que existem muitas outras causas dignas de nossa atenção, mas a remoção de sÃmbolos religiosos de repartições publicas não gera custo nenhum ao poder publico. E indiferença, medo má-fé ou costume são péssimos motivos para ignorar a lei.
A unica maneira de deixar as repartições publicas neutras em relação à religião é remover os sÃmbolos religiosos, sem exceção. E para fazer a sua parte, cada cidadão pode enviar uma ou mais representações ao Ministério Publico (veja modelo aqui) informando-o dos sÃmbolos religiosos do seu conhecimento e pedindo providências. Fazer isso não atrasa a busca de uma sociedade melhor, mas fomenta o espÃrito de justiça e equidade tão necessário a essa sociedade.
Só assim podemos promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, para assegurar que todos sejam iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, e impedir que o Estado crie distinções entre brasileiros ou preferências entre si, como exige nossa Lei Maior.
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