UM ESPAÇO DE MEMÓRIA ABERTO À PARTICIPAÇÃO DE TODOS
Os movimentos anti-republicanos – de cariz monárquico e/ou corporativista/fascista (salazarista) – construÃram, puzeram a circular e têm vindo a manter e a acalentar, até aos dias de hoje, uma versão distorcida do processo da implantação do Regime Republicano em Portugal.
Trata-se de um relato pseudo-histórico que deliberadamente ignora, quer o longo, paciente e muito alargado (de amplo alcance popular) processo de propaganda ideológica republicana que antecedeu e preparou aquela mudança de regime no paÃs, quer os acontecimentos revolucionários que, em Lisboa, a 4 e 5 de Outubro de 1910, directamente, aà implantaram a Republica, quer ainda o modo como, seguidamente, esse novo regime foi estabelecido no restante paÃs.
Segundo esse mito persistente, a Republica Portuguesa teria sido inicialmente implantada, em Lisboa, à revelia de uma vontade popular maioritariamente pró-monárquica, por um grupo muito reduzido – mas muito agrerrido – de militares e de civis revolucionários (maçons e carbonários) que, habilidosamente, tinham sabido minar o exército e a marinha e, só depois, teria sido “exportada por telégrafo” para um restante paÃs também tendencialmente pró-monárquico que, passivamente, se resignou à vontade dos novos senhores do Poder PolÃtico da Capital.
Porque uma tal versão ignora – deliberadamente esconde – a verdade dos factos, porque os quase cinquenta anos de ditadura nos apagaram muito da nossa memória histórica, entendemos por bem disponibilizar aqui um espaço destinado a reunir informação relevante que nos queiram remeter e que possa contribuir para reconstruir essa memória, designadamente: imagens, retratos, biografias relativas a figuras republicanas de expressão mais ou menos local e hoje esquecidas; documentos sobreviventes da actividade de grupos de acção e propaganda republicana (geralmente promotores da instrução popular, da leitura publica, etc.); imagens, relatos/notÃcias de acontecimentos relacionados com o processo de propaganda anti-monárquica e de implantação da Republica Portuguesa em diferentes zonas do paÃs; etc.
�NDICE DA DOCUMENTAÇÃO (J�) DISPON�VEL:
PROPAGANDA REPUBLICANA
- CARTILHA DO POVO (de José Falcão)
DOCUMENTAÇÃO LOCALMENTE REFERENCIADA
- BARREIRO – JOÃO BATISTA FIRMINO, um republicano injustiçado.
- BEIJÓS (VISEU) – fotografia do ajuntamento popular no acto de Proclamação da Republica a 16 de Outubro de 1910.